ETANOL

O etanol de milho vem conquistando cada vez mais espaço na matriz energética brasileira. Em apenas quatro anos, sua participação saltou de 8% para 17% da produção nacional de etanol, de acordo com dados discutidos no programa Como é que é?, transmitido ao vivo pela Folha de S.Paulo no dia 11 de setembro no YouTube.

Segundo especialistas, a principal diferença em relação ao etanol de cana não está no produto final, mas no contexto agrícola. O milho pode ser cultivado em áreas já produtivas, aproveitando a chamada safrinha, o que evita a necessidade de expansão de fronteiras agrícolas. Além disso, apresenta vantagens logísticas, como a possibilidade de armazenamento prolongado, algo mais difícil com a cana-de-açúcar. Isso abre espaço para novas regiões produtoras, especialmente na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no Centro-Oeste.

O uso do etanol de milho vai além dos carros flex. Esse biocombustível é visto como um potencial insumo para aviação e navegação no futuro, reforçando seu papel estratégico na transição energética. A diversificação de subprodutos, como óleo e ração animal, também contribui para a viabilidade econômica das usinas, reduzindo a dependência exclusiva do mercado de combustíveis.

O Brasil possui condições privilegiadas para ampliar sua participação nesse setor, aproveitando a experiência acumulada com a produção de biocombustíveis. Com a Lei do Combustível do Futuro elevando a mistura obrigatória de etanol na gasolina para até 35%, a tendência é de crescimento contínuo.

No Vision Tech Summit – Indústria do Amanhã, o tema também estará em evidência no painel “Indústria em Transformação: O Avanço do Etanol de Milho”, que acontece na tarde do dia 8 de outubro. O debate reunirá Gabriela Maria da Silva Coelho (CerradinhoBio – Neomille), Fernando Cullen Sampaio (São Martinho) e Aryel Guimarães (Cargill), profissionais que estão na linha de frente do desenvolvimento tecnológico e industrial desse biocombustível. A proposta é discutir os desafios e as oportunidades do setor, explorando desde ganhos de eficiência até o papel estratégico do etanol de milho no futuro da matriz energética brasileira.

Por: Maria Reis | Fonte: Portal Visão Agro

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