AGRONEGÓCIOS

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou neste sábado (26) um pacote de cortes nas tarifas de exportação de produtos agrícolas. A medida inclui soja, milho, trigo, carnes e derivados, setores que sustentam boa parte da economia do país vizinho.

O governo argentino justificou a decisão como um gesto de correção histórica. “O campo argentino, coluna vertebral da nossa economia, foi uma das principais vítimas das políticas da casta empobrecedora”, afirmou Milei em nota divulgada nas redes oficiais.

A Argentina está entre os cinco maiores produtores mundiais de soja, milho e semente de girassol. Desde o século XIX, a exportação de carne, lã e mel tem papel central na formação do Produto Interno Bruto (PIB).

Redução nas alíquotas de exportação

Confira como ficam as novas tarifas anunciadas pelo governo argentino:

  • Aves e carne bovina: de 6,75% para 5%
  • Milho: de 12% para 9,5%
  • Sorgo: de 12,9% para 9,5%
  • Girassol: de 7,5% para 5,5% (com previsão de queda futura para 4%)
  • Soja: de 33% para 26%
  • Subprodutos da soja (como farelo e óleo): de 31% para 24,5%

Segundo analistas do setor, a medida tenta reverter o impacto negativo das tarifas anteriores, que vinham reduzindo a competitividade da produção argentina no mercado internacional.

E no Brasil?

O cenário brasileiro contrasta com o modelo argentino. O Brasil não cobra impostos de exportação sobre produtos in natura do agronegócio, como soja, milho, carnes e algodão. A Constituição Federal permite a criação desse tipo de tributo, mas ele é aplicado em casos muito específicos e raros — por exemplo, produtos com risco de desabastecimento interno ou questões ambientais severas.

Ou seja, soja, milho e carnes brasileiras saem do país com alíquota zero de exportação, o que fortalece a posição do Brasil como um dos maiores exportadores mundiais. A política também garante maior previsibilidade ao setor produtivo.

Impacto regional

Com a mudança na política tributária, a Argentina busca se reposicionar no mercado global. A redução das alíquotas torna o agronegócio local mais competitivo, principalmente em relação aos países do Mercosul.

Ainda assim, o Brasil segue à frente em volume exportado e mantém vantagem estrutural com logística mais eficiente, linhas de crédito mais amplas e tributação menos onerosa nas exportações agrícolas.


FONTE; AGRO EM CAMPO

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