PAPA FRANCISCO
O Papa Francisco manteve uma relação profunda e constante com a agricultura, especialmente no que diz respeito à promoção da agricultura familiar, sustentabilidade e combate à fome global. Em diversas mensagens e discursos, ele destacou a importância da família como “húmus frutuoso” e modelo de partilha para uma agricultura sustentável. Que beneficia não apenas o setor agrícola, mas toda a humanidade e o meio ambiente.
O papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, em Roma. O falecimento foi confirmado pelo Vaticano às 2h35 no horário de Brasília (7h35 local). Jorge Mario Bergoglio liderou a Igreja Católica por quase 12 anos.
O Papa Francisco recebeu no Vaticano em 2023 membros da Associação Agrária “Jovens Agricultores” da Espanha, destacando a importância espiritual e ecológica do trabalho no campo. Em seu discurso, o Pontífice afirmou que a fome vai além da escassez de alimentos: é também a ausência de Deus na vida das pessoas.
Agricultores: os primeiros ecologistas
Francisco lembrou suas raízes argentinas, país marcado pela agricultura. E enalteceu os trabalhadores rurais como “os primeiros ecologistas”, por seu contato direto com a terra e os animais.
“A vocação divina de quem trabalha no campo os torna testemunhas da ecologia integral que o mundo precisa”, disse. Para ele, essa missão combina o cuidado com a criação e o serviço à sociedade, sendo uma resposta ao chamado de Deus.
Alimento como dom, não como arma
O Papa questionou os agricultores sobre o propósito de seu trabalho e respondeu: “Deus pede que vejam a terra como uma herança para seus filhos e a produção como um dom para saciar a fome do mundo. Mas a fome não é só de pão – é também de Deus, que se fez alimento na Eucaristia para nutrir a humanidade.”
Francisco alertou contra a transformação dos alimentos em “arma” ou objeto de especulação, citando bloqueios em zonas de conflito e manipulação de preços. “Ninguém merece isso – nem os animais, nem as pessoas, nem Deus”, condenou.
Reconhecendo os desafios da profissão, o Pontífice encorajou os agricultores a não desanimarem: “Toda vocação tem sua cruz. Vocês trabalham sem feriados, mas a maior dificuldade é a incompreensão de quem não valoriza esse serviço essencial à vida.”
Por fim, confiou seu trabalho à Virgem Maria, para que permaneçam próximos de Jesus, “que na Cruz se tornou alimento para a humanidade”.
FONTE; AGRO EM CAMPO