BATATA-BAROA

Um caso incomum de degradação térmica em batata-baroa foi registrado no município de Alfredo Chaves (ES), onde o agricultor Elson De Nadai perdeu 60% da produção devido a temperaturas acima de 30°C e 22 dias consecutivos sem chuva. O fenômeno, nunca antes documentado no estado, ocorreu quando o calor elevou a temperatura do solo, “cozinhando” os tubérculos antes da colheita.

A batata-baroa, adaptada ao clima ameno da Serrana capixaba (temperaturas ideais entre 10°C e 25°C), enfrentou condições extremas em março de 2025. A irrigação diária não foi suficiente para mitigar os efeitos do calor, que acelerou a fermentação e apodrecimento das raízes.

Segundo João Medeiros, engenheiro agrônomo do Incaper, o calor favoreceu a proliferação de microrganismos e fungos, contaminando a plantação. “Uma vez que uma raiz é atingida, o processo se espalha rapidamente”, explicou. O produtor relatou que áreas com maior exposição solar (8 horas diárias) tiveram perdas mais significativas.

Variedades e estratégias

De Nadai cultiva duas variedades:

  • Catarina (alta produtividade, colheita entre 8 e 12 meses), desenvolvida pela Embrapa para atender demandas comerciais.
  • Precoce Capixaba (resistente a mudanças climáticas, colheita entre 9 e 16 meses), que reduziu parcialmente as perdas.

O prejuízo ainda não foi quantificado, mas a redução na oferta já impactou o mercado. “Antes, comercializávamos 20 a 30 caixas semanais; hoje, não atingimos esse volume”, destacou Medeiros. A seca prolongada e ondas de calor reforçam a necessidade de adaptação de práticas agrícolas às mudanças climáticas.


FONTE;                                                                                             AGRO EM CAMPO





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